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Invasoras á Caminho

Invasoras á Caminho

19/04/2016

Seu nome científico é Bombus terrestris e ela já tem uma alcunha popular nacional antes mesmo de desembarcar por aqui: mamangava-de-cauda-branca. Nativa do continente europeu, essa abelha está a caminho do Brasil e motivou uma ação inusitada. Em busca de informações para estudar os riscos ambientais trazidos pela chegada da espécie invasora, pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Computação (Biocomp) da Universidade de São Paulo (USP) lançaram uma campanha para monitorar sua entrada no país.

B. terrestris chegou à América do Sul na década de 1970 pelas mãos de produtores rurais chilenos, atraídos por sua grande capacidade de polinização. Apesar de contribuir para o aumento da produção de vegetais como tomate, berinjela e pimentões, essa abelha – assim como ocorre com outras espécies invasoras – pode ameaçar plantas e animais nativos. “Elas competem por recursos com outras abelhas e transmitem doenças às abelhas e às plantas que visitam”, explica André Luis Acosta, biólogo da USP e autor de um estudo sobre os possíveis impactos relacionados à vinda da espécie ao Brasil.

Após a chegada ao Chile, B. terrestris começou a se disseminar e já pode ser vista na Argentina e no Uruguai. Pela proximidade com os países vizinhos, a porta de entrada no Brasil deverá ser o oeste do Rio Grande do Sul. Segundo Acosta, além dos países latino-americanos, a espécie já é invasora na Austrália, no Japão e na Nova Zelândia – e tem causado vários incômodos onde se instala. “Há relatos de agressões de Bombus terrestris às flores de algumas plantas. Essas abelhas perfuram a pétala na base da flor para acessar o néctar no interior quando não conseguem alcançá-lo pela abertura natural da flor”, relata o biólogo. “Esses buracos geram impactos aos vegetais, pois as flores caem e não se tornam frutos, prejudicando a reprodução das plantas selvagens e a produtividade das plantas agrícolas”, completa.

Abelha procurada
Em busca de estudos mais detalhados sobre possíveis problemas causados pela chegada da mamangava-de-cauda-branca ao Brasil, os pesquisadores lançaram a campanha “Abelha Procurada”. Inspirada pelo conceito de ciência cidadã (citizen science, em inglês), que busca o apoio da população de forma voluntária para coletar dados, desenvolver tecnologias ou até mesmo testar fenômenos naturais, a iniciativa convoca os brasileiros a monitorar a entrada da invasora no país.

A ideia é que o observador seja ágil em notificar a presença da abelha pela página da campanha e envie uma foto para que os pesquisadores possam identificar a espécie, caracterizada por um tufo de pelos brancos em sua cauda. Com a comprovação em mãos, os especialistas irão a campo para estudar a Bombus terrestris e seus impactos de perto.

A possibilidade de encontrar a abelha no Brasil ganhou força a partir da identificação de uma grande faixa de terra em condições ambientais favoráveis à espécie que começa na Argentina, atravessa o Uruguai e termina em solo brasileiro. “Se considerarmos a expansão a partir de locais invadidos na Argentina e a velocidade estimada por pesquisadores que as estudaram em outros países invadidos, elas poderão demorar 10 anos para chegar ao país”, estima Acosta.

O especialista destaca, entretanto, que este prazo pode ser bem menor. “Existem relatos publicados, que ainda não puderam ser confirmados por meio de observações em campo, de que colônias da espécie também foram importadas para o Uruguai há alguns anos para polinização agrícola. Se isso for confirmado, a abelha já poderá estar no sul do Brasil ou muito perto, e nós ainda não sabemos”, afirma o biólogo.

Sem captura ou mortes
A bióloga Betina Blochtein, diretora do Instituto do Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, acredita que a colaboração da população será fundamental para rastrear a chegada da B. terrestris em tempo hábil. “A divulgação ampla do risco de entrada desta abelha no Brasil de modo colaborativo, inclusive com mídias sociais, propicia uma condição muito favorável para a mobilização do público e o consequente acompanhamento da situação”, aposta. “Atualmente, muitas pessoas estão atentas às discussões sobre riscos ambientais e recebem essas campanhas com simpatia, potencializando os esforços de monitoramento”.

Apesar dos potenciais prejuízos causados pela abelha invasora, a campanha esclarece que é fundamental manter a distância quando a espécie for avistada. “Não se deve capturá-la ou matá-la. Além de ser incorreto sob vários aspectos, pode-se matar uma abelha nativa por engano, ou ser ferroado. Somente a abelha viva poderá prover as informações necessárias para o estudo”, alerta Acosta.

Link da Pesquisa: http://abelhaprocurada.com.br/

Fonte: Instituto Ciência Hoje/ RJ
Texto: Everton Lopes

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